- Estamos sozinhos… que querias falar comigo?
- Passa-se alguma coisa que eu deva saber? - Suspirei pesadamente sobrepondo a anca com as mãos – É que… Quando disse que falei com a Clara, tu ficaste realmente diferente, estavas nervoso… como se tivesses medo de algo! – Encarei-o vendo-o observando-me com nervosismo – Eu conheço-te bem, não foi o frio que corria lá fora, não…
- Oh princesa… não se passa nada, apenas fiquei preocupado contigo – Falara com palavras tremidas e um pouco receosas. Algo se passava.
- Porque me mentes? – Percorria o quarto descontroladamente. Parei e olhei-o - Não confias em mim, é?
- Não é nada disso, Lé!
- Já vi que o suposto amor que sentes, não é o suficiente para poderes confiar em mim – Perto da janela encostei a palma da mão ao parapeito que se fazia sentir quente.
Hesitando aproximei-me do moreno; queria dizer tudo o que pensava e sentia, falar o quanto duvidava da sua sinceridade, queria explicar-lhe que o amava mas que precisava de confiar em mim; queria dizer tudo mas não fui capaz. Olhei-o novamente e observei-o imitando a palavra “amo-te” com os lábios sem um único som da sua voz.
Os pés da mais nova moveram-se passo a passo, encantados com aquelas “palavras” , mas sem tardar, Lé deteve-se num rodar de calcanhares e saiu do quarto a correr. Tiago ficou simplesmente a olhar atónito pela atitude da morena. Rapidamente alcançou a porta, seguidamente do corredor. Descidas as escadas, encontrou Lé posicionada atrás das mesmas, numa pose subtil de melancolia sendo denunciada pelo choro angustiado.
O mais velho aproximava-se vagarosamente, temendo a sua presença ser notada.
- Quero estar sozinha… – Murmurei serenamente.
- Precisamos de falar, entendeste tudo mal…
- Entendi?! Então, vais-me dizer que não me escondes nada… que confias em mim?! – O moreno olhou o chão e baixou a cabeça – Bem me parecia!
- Deixa-me falar, por favor!
- Eu já ouvi o que tinha para ouvir. E agora se não te importas, quero ir embora – Levantei-me e ajeitei a mala que trazia sobre o ombro .
- Agora?!
- Sim, agora. O jantar já terminou e, sinceramente, só me vou desiludir se ficar aqui – Estava a começar a dar o segundo passo de caminho à sala, quando ele me segurou o braço.
- Não! – Falou seriamente.
- Sim! – Confrontei-o com os olhos, ele virou o rosto e soltou a sua mão aos poucos.
Continuaa…
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Mais um :D
Bem, isto está uma porcaria , mas obrigada por continuarem desse lado (:
Espero que tenham gostado *-*
Kiss